Cyborg Justice

 

 

Cyborg Justice

Durante uma de suas viagens, o astronauta humano acaba preso em um campo de asteróides, tendo sua nave atingida por diversos "aerolítos" ela acaba por ficar avariada e é atraída para o campo gravitacional de um estranho planeta.

O astronauta morre depois da queda mas seu corpo é resgatado pelos "habitantes" locais que perceberam que ainda havia atividade cerebral, e assim, transplantaram seu cérebro para um corpo de um robo. Por isso, ciborgue.

A idéia era apagar a memória do viajante para que ele se tornasse mais um minion do exército local, porém,  uma falha ocorre durante o processo, o astronauta recobra sua consciência e agora deve escapar.

 

Bem isso, produzido pela Novotrade e lançado em 1993 exclusivamente para o Mega Drive, Cyborg Justice é mais um jogo de beat'n up para a geração 16 bits.

Até essa altura do campeonato já haviam sido lançados dois Streets of Rage, três Golden Axe e TMNT The Hiperstone Heist para o Mega, o que pode se considerar uma safra decente do gênero. Tendo tantos títulos bons disponíveis não era de se esperar que  Cyborg Justice fosse só mais um no meio de tantos, para tentar impressionar era preciso inovar; e eles bem que tentaram.

 

Logo que você passa do menu principal você é levado para a tela de "construção de personagem" onde você construirá seu Ciborgue. A montagem é dividida em três sessões:

* Braço Principal: Aqui você pode escolher a arma especial que você carregará. São 6 tipos de braços (Normal, Morning Star, Lança Chamas, Serra Elétrica, Projétil e Laser) que estão disponíveis e não necessariamente fixos, pois você poderá trocá - los durante a partida.

* Torso - Seis modelos também (Normal, Lobster, Insect, Frog, Big Booster e Quasimodo), pura personalização ou para você se identificar na tela. Com exceção do "Normal" e "Big Booster",  todos os outros se repetem nos inimigos comuns, o que pode atrapalhar um pouco nas partidas de dois jogadores.

* Pernas - Tal como o braço principal, elas têm suas funcionalidades como aumentar a força do chute, pulo duplo, mortal e o divertido "carrinho" caso sua escolha seja as "Tank Legs" e suas lagartas.

O primeiro jogador customizará seu Ciborgue com uma mistura de cores entre aço e dourado, o segundo terá uma mistura de Roxo e Jade.

 

Os controles podem ser ser um tanto estranhos no começo, principalmente para quem está acostumado com o padrão de só dois botões dos beat'n up. Um botão para ataque forte e especial do braço, um botão para ataque fraco e um botão para salto/defesa/agachar/especial da perna. Sim, quatro funções em um só botão, o que faz acreditar que esse jogo pudesse ser otimizado para o controle de seis botões, mas não. Contudo está distante de ser o fim do mundo.

 

Passado esse momento de criação de personagem, você é apresentado as fases do jogo, cada uma delas é dívida em 3 atos, tipo: fase 1-1, fase 1-2, fase 2-3, etc.

Talvez aí esteja o problema do jogo. Por exemplo: primeira fase se passa nos ambientes externos da fábrica de ciborgues, a mesma imagem que você vê na abertura do jogo. Esse level design não é lá inspirador porque as sequências de planos se repetem quase que de imediato como se você estivesse andando em círculos. Cada ato traz uma mudança na coloração da fase, armadilhas traiçoeiras que imobilizam seu ciborgue durante um tempo ou diminuem sua energia conforma você passa sobre elas. A primeria fase é a única que ainda possuí um obstáculo natural: um buraco que exige uma certa perícia de pulo para supera-lo, principalmente, se você estiver no modo para dois jogadores. A Ultima fase do jogo segue um padrão lateral, como em Super Mario Bros, e seguindo o mesmo exemplo, é jogada alternadamente pelos dois jogadores.

 

Os inimigos comuns costumam vir um de cada vez no início do game para um jogador e aos pares nos níveis mais avançados e no multiplayer. Um detalhe curioso está aí: existe uma certa "honra" na atitude dos inimigos que na maioria das vezes vão procurar um embate 1x1 se você estiver jogando de dois.

Outro ponto  é que: entre uma onda de inimigos e outra você é encorajado a prosseguir adiante não pela icônica mensagem "go" no canto direito da tela, mas por mísseis que surgem do nada e te atacam se você não se mexer. É sério, não tem nenhuma explicação para esses mísseis e eles com certeza vão acabar com os mais distraídos (inclua os inimigos nessa).

 

O game ainda possuí algumas características que o diferenciam da maioria dos briga de rua que vemos. Baseando-se em sua  temática robótica e futurista, não existem itens nem armas a serem coletados durante o gameplay. É possível arrancar o braço principal do inimigo e arremessar nele ou simplesmente deixá-lo no chão. O seu braço principal pode ser substituído usando esse mesmo braço que você arrancou, inserindo-o no lugar do original. Reza a lenda que o mesmo pode ser feito com o braço secundário e com as pernas, mas pessoalmente eu nunca ví. Da mesma forma, depois de arrancar o braço, você pode arrancar o torso do inimigo que pode ser usado para recuperar sua energia, que quando máxima, gera uma vida extra.

 

Essa particularidade pode parecer interessante no princípio, fazendo com que você derrote seus adversários com poucos movimentos, mas a medida que o jogo progride fica bem difícil desmembrar os inimigos. Ah! sem esquecer que eles podem fazer o mesmo com você (malditos chefões), caso um adversário arranque seu torso, independente do numero de vidas que você ainda tenha, é Game Over na hora.

 

Existe ainda um modo "Duel" onde você pode enfrentar adversários em sequência, exatamente como em Golden Axe ou realizar um combate entre o primeiro e segundo personagem... básico, mas poder montar seu próprio personagem deixa o modo um pouco mais próximo de um jogo de luta. Quanto a trilha sonora do jogo? Nem há lá o que comentar. As sequências são curtas e enjoativas, talvez a musica da primeira fase fique na sua cabeça por sempre começar dela, mas as demais são facilmente esquecíveis.

 

Cyborg Justice trouxe uma inovação bacana ao a permitir que o jogador crie seu próprio personagem e proporciona uma variação interessante de golpes para esse tipo de jogo. Mas tem um desempenho fraco no level design, musica e fator replay. Ainda assim é um brawler interessante e com certeza será ligeiramente mais divertido se você o jogar com um amigo (caso vocês passem do buraco da primeira fase, hehehehe). Esse é mais um clássico que deixou marca na historia.